Ficar cansado após uma semana intensa de trabalho não costuma ser preocupante. Mas é preciso ficar atento aos
sinais que o corpo dá, pois exaustão e estresse em excesso podem indicar a síndrome de burnout. Esse estado de
esgotamento pode ser bastante prejudicial à saúde emocional e vir acompanhado de sensação de incapacidade para
lidar com as tarefas profissionais.
A síndrome de burnout é classificada como um fenômeno ocupacional pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Ou seja, não é uma doença, mas um dos fatores que influenciam o estado de saúde de uma pessoa, ou a levam a procurar serviços de atendimento.
Para o Ministério da Saúde, a síndrome de burnout é um distúrbio emocional provocado justamente pelo excesso de trabalho — principalmente o trabalho não satisfatório, desgastante, muito competitivo ou que demande grandes níveis de responsabilidade.
SÍNDROME DE BURNOUT OU DESÍNDROME DE BURNOUT: COMO IDENTIFICAR?
A síndrome de burnout costuma ter três principais características: exaustão, menor identificação com o trabalho e sensação da redução da capacidade profissional. Em outras palavras, se você está se sentindo exausto, incapaz e odeia o que faz, alerta vermelho: pode ser preciso procurar ajuda.
O Ministério da Saúde lista os principais sintomas da síndrome de burnout:
- Cansaço excessivo, físico e mental;
- Dor de cabeça frequente;
- Alterações no apetite;
- Insônia;
- Dificuldades de concentração;
- Sentimentos de fracasso e insegurança;
- Negatividade constante;
- Sentimentos de derrota e desesperança;
- Sentimentos de incompetência;
- Alterações repentinas de humor;
- Isolamento;
- Fadiga;
- Pressão alta;
- Dores musculares;
- Problemas gastrointestinais;
- Alteração nos batimentos cardíacos.
O estresse que provoca a síndrome pode estar diretamente relacionado ao seu trabalho, mas outros traços de personalidade ou estilo de vida podem contribuir. Perfeccionismo e pessimismo, por exemplo, podem agravar o quadro. Além disso, a maioria das pessoas no Brasil passa a maior parte do tempo trabalhando. Se esse é o seu caso e, ainda por cima, você não gosta do que faz, seu trabalho pode acabar custando muito caro para a sua saúde.
SÍNDROME DE BURNOUT OU DEPRESSÃO: COMO DIAGNOSTICAR?
Alguns sintomas da síndrome de burnout também podem indicar depressão, como exaustão, desânimo e baixa produtividade. Por isso, o diagnóstico pode ser complicado.
Para diagnosticar a síndrome de burnout, o profissional de saúde, que pode ser um terapeuta ou psiquiatra, geralmente identifica os três principais sintomas (exaustão, menor identificação com o trabalho e sensação da redução de capacidade profissional) e procura saber se estão relacionados ao trabalho.
Na depressão, pensamentos e sentimentos negativos costumam estar ligados a todos os âmbitos da vida. Portanto, a fonte principal do desconforto não provém do trabalho Baixa autoestima, desesperança e tendências suicidas também podem se manifestar. Muitas vezes, o quadro depressivo pode, inclusive, ser inicialmente provocado pela síndrome de burnout.
COMO TRATAR A SÍNDROME DE BURNOUT?
Cuidados profissionais nesse momento são bem-vindos. Um acompanhamento adequado para identificar em que nível sua síndrome se encontra é fundamental para, então, escolher formas que auxiliem no combate ao problema.
Normalmente, o psicólogo indicará atividades que ajudem a distrair o paciente, tornando-o mais calmo e aliviando todo o estresse e tensão que sente, além da realização das sessões de forma periódica, normalmente uma vez por semana. Nos casos mais graves, um médico pode indicar tratamentos baseados em remédios.
Vale ressaltar que o diagnóstico de Síndrome de Burnout pode tornar o trabalhador elegível para o afastamento remunerado pelo INSS. Nesses casos, o paciente tem direito a uma estabilidade de, pelo menos, 12 meses no trabalho. Não deixe de se cuidar por medo de demissão!
Os efeitos e duração do tratamento variam de acordo com o paciente e a gravidade do caso. O acompanhamento psicológico pode lhe ajudar a controlar, minimizar e reverter os efeitos da Síndrome de Burnout.